MORRE RAIMUNDINHO DUTRA, LENDÁRIO COMPOSITOR DO BOI CAPRICHOSO, AOS 94 ANOS EM MANAUS

Faleceu, aos 94 anos, Raimundo Nonato de Jesus Dutra, conhecido popularmente como Raimundinho Dutra, uma das figuras mais emblemáticas da cultura amazônica e maior compositor da história do Boi Caprichoso. Ele morreu em casa, em Manaus, no fim da noite dessa domingo (4). A causa da morte não foi divulgada pela família.

Servidor aposentado da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Raimundinho construiu um legado artístico que atravessou décadas, tornando-se referência entre os apaixonados pelo bumbá azul e branco. Foi mais que compositor: foi amo, criador de identidade e expressão cultural para uma geração de parintinenses.

Natural de Parintins (AM), Raimundinho Dutra é apontado como um dos grandes revolucionários da música do festival folclórico que tornou o Amazonas conhecido mundialmente. Suas composições embalaram emoções nas arquibancadas do Bumbódromo e inspiraram milhares de torcedores azulados. Entre seus sucessos eternos estão “Aquarela do Touro Negro”, “Meu Cântico de Guerra”, “Morena Vem Ver” e “Solo Amado” — obras que se tornaram hinos entre os fãs do Boi Caprichoso.

Sua última toada inédita, “Parintins Caprichoso”, foi lançada em 2003 e interpretada por Robson Júnior, então levantador de toadas do boi.

A notícia da morte foi confirmada por familiares e amigos. A comoção rapidamente tomou conta das redes sociais e das comunidades envolvidas com o Festival de Parintins. O presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, decretou luto oficial de três dias na associação folclórica.

“Foi ao som de suas composições que o Boi Caprichoso ganhou vida nas ruas de Parintins, nos primórdios desta manifestação popular que hoje encanta o mundo”, afirmou Amoedo em nota. “Sua contribuição para a preservação e valorização da nossa cultura é imensurável, e seu legado permanecerá vivo na memória de todos os azulados. Obrigado por tudo, Raimundinho. Sua poesia viverá para sempre.”

O corpo de Raimundinho será velado nesta segunda-feira (5) na residência onde viveu nas últimas quatro décadas, localizada na avenida Rogério Magalhães, bairro Cidade Nova 2, Zona Norte de Manaus.

Fonte: AM POST

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